domingo, 9 de agosto de 2009

Primeiros Dias


Nada, absolutamente nada do que me falaram sobre os primeiros dias com um bebê em casa se mostrou 100% verdadeiro para mim.
Muitos me disseram que o primeiro mês beira o inferno, que você enlouquece, que é um pesadelo. No meu caso não foi assim. Tive a felicidade de contar com ajuda da minha mãe, pai, tia, marido e eles aliviaram muito as tarefas da casa e os cuidados com o bebê.
Muitos me falaram que não sobra tempo pra nada. No meu caso não foi bem assim e justamente pelo motivo acima. A gente precisa otimizar mais o tempo, isso é verdade. Aproveitar 2 minutinhos aqui, 5 minutinhos acolá...
Outros me falaram que depois de um filho você não tem mais vida. Vamos combinar que não é bem assim, né?
Alguns me alertaram que eu nunca mais iria dormir. Também não é assim. "Dormir menos" não quer dizer "não dormir nunca".
Alguns chegavam a rir maliciosamente ao comentar que agora, sim, eu ia ver o que é sofrer...
Puxa, como tem gente que gosta de fazer da maternidade algo pesado, triste e com mais cara de castigo do que de bênção! E não é bem assim...
O primeiro dia em casa, por ser o primeiro, foi bem complicado porque uma nova rotina teria que ser estabelecida na minha cabeça e na cabeça da Su. E nós duas precisávamos de tempo pra nos acostumar com isso.
Esse tempo, eu creio que chegou no terceiro dia.
Antes disso EU me recusava a dormir para ficar prestando atenção na respiração dela, pra checar se estava tudo bem, pra analisar cada barulhinho que ela fazia enquando dormia.
Mas EU escolhia fazer isso. Era opção MINHA e não seria justo nem lógico eu culpá-la por eu não ter uma noite decente de sono. Mea culpa, mea maxima culpa...
Após o terceiro dia, já esgotada fisicamente, eu cheguei à conclusão de que o bom sono dela dependia apenas de Deus, não de mim. E que, se eu não cuidasse de mim primeiro, não poderia cuidar dela. Foi aí que me permiti dormir, tirar cochilos e descansar durante o dia.
A amamentação foi um processo demorado porque meu leite demorou a descer. Disseram que ia descer no terceiro dia... sei...ele desceu só no sétimo dia! Foi um desespero... Mas desceu e é isso o que importa. Até lá, ela ficou tomando complemento e não adiantava eu ficar me martirizando por causa disso.
Tive uma visão muito romântica do parto natural e dei com os burros n'água porque não aconteceu o que eu esperava. Após essa primeira frustração, vi ruir também a minha visão romantizada da amamentação. Não encaro a amamentação como um prazer porque não acho legal ficar olhando pro teto e pras paredes sem fazer nada. Eu podia ficar olhando nos olhos do bebê,acariciar sua cabeça, claro... mas ele pega no sono segundos depois de começar a mamar, ou seja, não rola aquele clima romântico entre nós... ele mama de olhos fechados quase o tempo todo e eu... fico pensando na morte da bezerra - rs.
Por outro lado, também não encaro a amamentação como um sacrifício nem como martírio. Até seria, se meu peito rachasse ou ficasse sangrando...o que não acorreu.
Ter pele morena tem o seu valor... não serve só pra pegar uma cor no verão, né? rs

A amamentação, pra mim, é um DEVER. Eu penso assim: gerei esse ser e agora é meu dever alimentá-lo. É minha obrigação biológica. É natural. É instintivo. Eu só acho chato que eu não seja capaz de alimentá-lo até encher o seu tanquinho... mas tudo bem, inventaram o complemento pra isso mesmo... não adianta chorar sobre o leite não-derramado (ui, essa foi modo infame ON - rs)...agora já me conformei.
Nem prazer, nem martírio. É um dever natural. Simples assim.

A primeira consulta ao pediatra foi triste porque a Su havia emagrecido. Já a segunda consulta foi ótima porque ela havia engordado bem e se recuperado. Uma vitória!
E aos poucos a Su foi entrando no "esquema" da casa. E todos sobrevivemos.
E você conclui que muitos aspectos da maternidade e da paternidade não são inatos nem brotam do nada. A maternidade se aprende. A paternidade se aprende. E a gente nunca para de aprender.

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