sábado, 8 de agosto de 2009

O milagre



Aqui é o elemento esposa quem escreve...
Agora é hora de registrar o milagre que deu início à nossa família...

Em 2004, eu tinha 26 anos, 2 anos de casada e achava que já estava na hora de engravidar.

Mas eu tinha um probleminha muito chato chamado SOP (síndrome dos ovários policísticos). Em vez de menstruar 12 vezes por ano, eu menstruava apenas umas 5 vezes... sempre tive esse problema chato...
Minha ginecologista então tentou me fazer tomar um remedinho horroroso chamado CLOMID.
Pode ter servido pra muitas mulheres, mas ao menos pra mim, este CLOMID não prestou. A intenção era regular as ovulações. Além de não cumprir com o combinado, os efeitos colaterais que este medicamento me provocou foram os mais desagradáveis possíveis: espinhas colossais e doloridas no rosto que se assemelhavam a furúnculos, além de falhas no couro cabeludo decorrentes dos "tufos" de cabelo que caíam. Se ainda o remédio estivesse regulando alguma coisa, tudo bem, a gente podia agüentar as conseqüências com esperança...mas eu continuei loucamente desregulada. Depois de constatar que todo aquele sofrimento não serviu de nada, aposentei o CLOMID.

Nessa época desisti de engravidar por tempo indeterminado.

Em 2008 eu já estava com 30 anos... aí o relógio biológico apitou de novo...e voltei a falar com a ginecologista que estava na hora de engravidar... o que mais poderia ser feito?
Ela disse o seguinte pra mim:
"- Você não vai engravidar sem ajuda...", e tentou me fazer tomar de novo o terrível CLOMID.

Eu sabia que precisava regular a ovulação se quisesse engravidar antes dos 35. Mas a esse preço...
-Nããããão! Não existe outro remédio mais eficiente?
Ela respondeu:
- Olha, até existe, mas eu não trabalho com esse tipo de medicamento. Melhor você procurar a clínica de fertilidade X ou a Y... - e rabiscou os nomes das 2 clínicas em um papel. E me dispensou!
Tendo minha médica desistido de mim e passado o "abacaxi" pra uma clínica, pensei:
- Vou lá...não tenho nada a perder mesmo...
Alguns dias depois fui a um dos tais lugares...
A sala de espera me fez sentir mal. Era um lugar com revistas que só falavam em técnicas de fertilização e com os "preços camaradas" das tais técnicas. Assombroso.
Pra ajudar, o lugar era "sutilmente" decorado com várias estatuetas de mulheres barrigudas, estilizadas e de tudo o que é tipo e material.
Parecia aquele negócio de culto pagão aos deuses da fertilidade...credo...
Enquanto pensava nisso, o médico me chamou.
Óbvio que ele não quis me dar o tal medicamento alternativo ao Clomid. Antes disso me passou uma porção de exames pra fazer, entre eles a terrível HISTEROSSALPINGOGRAFIA.
Um exame que, de tão horroroso, até o nome dá medo...

Serve para injetar um líquido ardido (chamado “contraste”) nas trompas da mulher para saber se estão obstruídas. Se não estiverem, tudo bem: era só pra confirmar mesmo. E se estiverem, o próprio contraste desobstrui.
Ouvi falar de gente que fez o exame e engravidou em seguida porque as trompas estavam obstruídas e aí o problema foi resolvido.
Ou seja, seria tudo maravilhoso SE não fosse um exame extremamente dolorido.
Consultei algumas conhecidas que já passaram por isso e elas falaram horrores desse exame.
Resumindo: de julho até novembro, fiquei com a guia do exame guardada na gaveta e não me animei a fazer nenhum dos outros exames também.
Nesse período eu orei muito para que Deus simplesmente me poupasse de fazer esses exames, principalmente "o terrível".
Afinal, se o problema fosse o fato de que minhas trompas estavam obstruídas, Ele poderia desobstruir com uma única palavra. Eu não precisava fazer nada se tivesse fé de que Deus estava no controle de tudo, até do que estava oculto no meu corpo.
E com esse misto de fé em Deus e medo da dor do tal exame, não fiz nada e esperei que Deus agisse.

Orei a Deus e anotei a data em que larguei mão de querer estar no controle. Foi no dia 24-10-2008.

...
No primeiro dia de dezembro começou uma reviravolta na minha vida...
Acordei e vi que havia um inchaço estranho no pescoço, abaixo da orelha.. Só do lado direito. Era um caroço grande, dolorido e esquisito... Pensei logo que fosse caxumba. Doía muito quando apertava e pra engolir era um sufoco... fui ao pronto-socorro. O médico disse que provavelmente não era caxumba porque se manifestou muito rápido, disse que era provável ser uma infecção, possivelmente da garganta, que "escapou" para o gânglio ao lado e fez inchar... mas mesmo assim me passou vários exames de sangue e me receitou 2 remédios. Eu falei pra ele que não queria tomar remédios porque, pra variar, estava atrasada na menstruação e, apesar da chance ser mínima, eu poderia estar grávida. Ao ouvir isso, ele me passou um beta também. Então no fim da tarde voltei ao hospital para pegar os resultados. Deu:


negativo pra rubéola;

negativo pra mononucleose;

hemograma normal...e...

POSITIVO para gravidez!


Fiquei MUITO assustada, chorei, fiquei sem saber o que fazer e pra onde ir, afinal todos os ginecologistas que já tive foram enfáticos ao dizer que eu não ia engravidar sem ajuda, que eu precisava de tratamento... fora o fato de eu já ter aqui em casa aquela "coleção" de exames beta negativos... mas já que eu estava no hospital mesmo, voltei à sala de exames e falei que queria algumas explicações sobre os resultados. Marcaram outra consulta...e nessa consulta (minutos depois) o médico me parabenizou e já me encaminhou pra uma ecografia pra saber a quantas estava a gestação. Afinal se o meu atraso era de 3 meses, eu poderia estar grávida de semanas, 1 mês, 2 ou até mesmo 3 meses...vá lá saber...Tive que tomar água e esperar... Na ecografia o médico se espantou e perguntou por que eu estava ali, já que ele estava constatando que a gravidez era bem recente... só dava pra ver que era de 4 semanas.

Ou seja, ALGUNS DIAS depois de eu fazer aquela oração eu engravidei. Pela graça de Deus!


Expliquei a história ao médico e o motivo de estar fazendo aquele ultrassom e ele disse que, infelizmente, a gestação era tão recente que não dava pra ver nada. Ele explicou que só dá pra ver o embrião lá pela 6ª ou 7ª semana.
Nesse meio tempo, consultei-me com a ginecologista, que passou vários exames: de sangue, urina, fezes e a tão sonhada segunda ecografia . Corri pra fazer a ecografia que, no fundo, era a única coisa que me interessava fazer...rs
Chegou o dia e a médica disse que eu não estava de 6 semanas, como supunha. Eram 8 semanas! E finalmente eu vi o que queria ver: o embrião, seu coraçãozinho pulsando (163 bpm), a coluna vertebral sendo formada e a placenta começando a crescer.
Tudo isso em uma jujubinha de 14 mm! COMO ALGUÉM PODE ACHAR QUE DEUS NÃO EXISTE?
Deus, de uma forma que eu não esperava nem merecia, honrou minha "pitada" de fé, que estava salpicada sobre uma porção nada apetitosa de medo.
Obrigada, Deus, porque o Senhor tem em Tuas mãos o poder de vida e de morte. E com uma única palavra Tua, céus e terra são feitos, montes são movidos, uma senhora de 90 anos torna-se mãe, um exército pequeno derrota um grande, um menino derrota um gigante, bocas de leões são tapadas, o fogo não consome, trompas são desobstruídas (se é que era isso mesmo o meu problema - só Ele sabe. Se era, tá registrado aqui), ovários são curados, ossos são formados em oculto. Com uma única palavra Tua, o Senhor traz à existência aquilo que não existe! (Romanos 4:17)
Obrigada por tudo, Deus!

Um comentário:

  1. Olá Linda família Alves Lis!
    Gostaria de dizer que, lendo seu blog, duas coisas muito legais aconteceram.
    A primeira, parece que me identifiquei (especialmente com esse post) onde a vontade de ser mãe é tão grande, mas tão grande, que às vezes me pego pensando que Deus acha que temos que esperar mais um pouquinho... E tenho essa mesma fé sua. Espero ter também a mesma sorte.
    A segunda coisa é o quanto seu blog nos aproxima de vocês e das experiências.
    Parabéns pelo blog, super bacana.
    Lívia - São Paulo (liviagarciasilva@hotmail.com)

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