segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
O Olhar Fulminante
Lembro-me que se eu aprontava alguma travessura fora de casa, em público, minha mãe não me batia. Ela apenas me lançava um olhar semi-cerrado e fixo, acompanhado de uma boca séria. Pronto. Era o que bastava para eu parar.
Certa vez participei de um coral e o regente tentava explicar alguma coisa aos coralistas na igreja, enquanto o filhinho dele, de uns 5 anos, estava fazendo traquinagens na galeria. O regente parou a explicação e olhou na direção do menino com aquele mesmo olhar. Os coralistas tinham que rir, era inevitável ver aquele olhar e não achar graça.
Minha professora de canto também costuma lançar mão de um olhar especial para segurar a onda de sua caçulinha, na época com uns 4 anos. E a menininha batizou o olhar da mãe de "zoião".
- É melhor eu não fazer isso, colega, minha mãe tá fazendo o "zoião"...
E hoje, em uma reunião de trabalho, a filhinha de 7 anos da minha chefe estava brincando com bolinhas de massinha de modelar e estava deslumbrada por conseguir fazer malabarismos com as 2 bolas que tinha feito...rs
Foi aí que, no meio da reunião (em que estávamos sem mesa, só com cadeiras em círculo), as bolinhas foram parar no chão e rolaram no meio do círculo.
A menina ficou sem saber se deixava pra lá ou se ia atrás das bolinhas...depois de alguns segundos de indecisão,resolveu-se pela segunda opção...e lá foi ela abaixar-se no meio da reunião para catar as bolinhas fujonas.
Nessa hora reparei na minha chefe...ela estava aborrecida, mas não se moveu um milímetro sequer de sua cadeira nem falou palavra alguma. Porém seus olhos estavam colados na menina. E, claro, estavam emitindo o famoso olhar fulminante tão característico de todos os pais.
Fica a pergunta: quando é que Mami Lu e Papi Wind vão estrear um olhar fulminante assim? rs
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